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‘ABC não está falido, mas é inadministrável pela dívida atual’, diz Eduardo Machado

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‘ABC não está falido, mas é inadministrável pela dívida atual’, diz Eduardo Machado

Com uma dívida de R$ 42 milhões e um processo de recuperação judicial em curso para o clube, o presidente do ABC, Eduardo Machado afirmou que o “ABC não está falido, mas é inadministrável por ter uma dívida muito maior do que a capacidade de pagamento”. Em entrevista ao AGORA RN, Machado falou que o clube já definiu os próximos passos para confirmar as dívidas, apresentar o plano de pagamento e negociar com os credores.

De acordo com o presidente, são 243 credores e as negociações devem ocorrer de forma individual e personalizada. Eduardo Machado explicou que a situação financeira e administrativa continua difícil e que as receitas do clube dependem totalmente do resultado em campo.

“Agora, a gente está buscando novos mecanismos, vamos dizer assim, novas receitas para que a gente tente amenizar essa falta de receita que a gente teve decorrente dos péssimos resultados do início do ano”, falou.

O valor da dívida foi levantado por um escritório de gestão contratado pelo clube e, segundo o presidente, pode diminuir ao longo do processo. “[A dívida] certamente vai cair. Como estamos em recuperação judicial, essa dívida pode ter descontos que variam em torno de 50% a 70%”, disse.

O processo de recuperação judicial foi deferido no fim de abril de 2025 pela Justiça, e já houve a primeira reunião entre a diretoria do clube, administradora judicial e equipe jurídica. O clube tem feito “pequenos movimentos”, de acordo com Eduardo, para que o plano de pagamento seja apresentado em breve. “A gente já tem os próximos passos bem definidos. Essas negociações já estão em curso”, informou.

Eduardo Machado também explicou que, mesmo com a dívida e em recuperação judicial, a relação do clube com patrocinadores e outros parceiros comerciais não foi afetada. “Não muda absolutamente nada. O que muda, a partir de agora, é a relação do clube com os seus credores”, disse.

Questionado sobre a origem das dívidas, o presidente explicou que foram acumuladas ao longo de anos no ABC. “Não posso falar aqui muito por gestões anteriores, mas pressuponho que o motivo dessas dívidas foi falta de caixa, então isso vai acumulando, vai tomando empréstimos, financiamentos e depois não tem como honrar isso”, destacou.

Machado também esclareceu sobre quatro ex-jogadores que teriam ido à Justiça do Trabalho para exigir o pagamento de encargos trabalhistas. Ele informou que a ação gira em torno de cobranças de FGTS e outros encargos que não teriam sido pagos. “A gente está tentando resolver isso dentro do escopo dessa recuperação judicial e tentando firmar alguns acordos. Nós já firmamos dois acordos, por exemplo”, completou.

O presidente ressaltou que a atual folha salarial dos atletas gira em torno de R$ 650 mil, considerada uma das menores da Série C. O valor aumentou temporariamente devido à chegada de novos atletas, mas a expectativa é que volte aos padrões previstos pela diretoria nos próximos meses, de acordo com a necessidade e realidade financeira do clube.

Eduardo Machado define que a recuperação judicial pode significar o início de um novo ciclo de estabilidade financeira para o ABC. “Não tenho dúvida que a recuperação judicial foi o primeiro passo para que a gente mude definitivamente o patamar no quesito administrativo, financeiro e de gestão. Nós estamos assumindo, perante a justiça, o compromisso de honrar essas dívidas”, falou.

Não há, segundo ele, uma previsão para a saída do clube da situação de recuperação judicial, considerando que isso depende do fluxo de caixa. “Se a gente tiver um aumento considerável do volume de receitas que entram no clube, a tendência é que o tempo de recuperação judicial diminua porque a gente vai ter mais recursos para pagar os credores”, completou.

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