Quase 1.500 pessoas esperam por uma cirurgia eletiva em Parnamirim, na Grande Natal. São classificados assim os procedimentos que não são de urgência. Nesta quinta-feira (30, a secretária de Saúde do município, Luciana Guimarães, foi convocada pelos vereadores para prestar esclarecimentos, após faltar audiência sobre o assunto em junho.
A servidora pública Sandra Venceslau aguarda na fila, desde fevereiro de 2022, por uma cirurgia de retirada do útero. Ela acompanhou as falas da secretária e da equipe técnica, na Câmara Municipal, sobre a demanda reprimida e criticou o que chamou de falta de transparência sobre o tema.
“Estou desde 2022 esperando uma histerectomia, para ser realizada, e, até então, não sei qual é o meu lugar na fila. A gente precisa saber qual é a nossa vez na fila, qual é a expectativa, precisa ter esperança de que vamos fazer essa cirurgia”, afirmou.
Além dela, outras 1.456 pessoas aguardam na mesma fila. As cirurgias eletivas, com data e hora marcadas, foram suspensas durante a pandemia da Covid-19 e retomadas em novembro de 2021. Desde então, foram realizados 928 procedimentos cirúrgicos e novas solicitações foram incluídas no sistema de regulação.
Atualmente são realizadas, em média, 20 cirurgias por semana, na Maternidade Divino Amor.
“Nós estamos agora com novos profissionais. Após chamada pública, fechamos com 10 cirurgiões, no total, são cinco duplas. Os pacientes estão sendo preparados no mês de agosto e, a partir de setembro, vamos realizar uma média de 36 cirurgias por semana, de segunda a sábado”, afirmou a diretora da maternidade, Ana Michele.
Nesta quinta-feira (3), ao lado da diretora da Maternidade e das responsáveis pela central de regulação, que controla a fila, a secretária prestou esclarecimentos aos parlamentares.
A reunião durou mais de duas horas. Entre as medidas anunciadas pela secretária, está uma licitação de R$ 3 milhões para contratação de hospitais privados para realização de cirurgias.
“Uma licitação que está correndo para contratação de hospitais privados, para que a gente consiga reduzir essa fila de cirurgias eletivas; o incremento da nossa maternidade e uma pactuação que nós temos com o governo do estado desde outubro do ano passado. E agora, uma quarta via, que é o incremente de recursos federais que estão chegando”, afirmou a secretária Luciana Guimarães.
G1/RN